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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O LIVRO DE SÓROR SAUDADE




Em Abril de 1920, como consequência da sua nova paixão por
 António Guimarães, Florbela regressa à poesia e começa a 
escrever um livro a que pretende chamar «Claustro das Quimeras»,
 escrevendo-o entre Évora, Vila Viçosa e Lisboa, dado o fato de 
ir viver para o Porto e, posteriormente, para Lisboa, por causa
 do seu segundo casamento. A 10 de Março de 1922, opta por 
reorganizá-lo e mudar-lhe o nome para «Livro de Sóror Saudade»,
 que é publicado em Janeiro de 1923, contendo muitas alterações,
 talvez feitas pelo editor, Francisco Lage (amigo de Florbela
 e dramaturgo). A crítica reage positivamente aos novos versos
 da poetisa, com destaque para o «Século da Noite», que 
manifesta grande apreço pela obra recém publicada, bem como 
o público, cuja procura faz o livro esgotar rapidamente.

Dedicando-o inteiramente ao seu novo amor, António Guimarães,
 Florbela expõe no «Livro de Sóror Saudade» o sentimento 
vivo do amor e da paixão, pelo quais se entrega totalmente,
 e que, novamente a fazem despertar para a vida. Opta,
 portanto, por dar menos ênfase à temática da saudade
 antes abordada. Por outro lado, Florbela reforça a
 importância que os motivos ligados ao beijo e à boca
 detém na sua poesia, embora este livro, bem como o 
nome que lhe serve de título, «Sóror Saudade» representem
 uma fuga ao prazer.

Ainda influenciado por uma tendência saudosista, o livro acusa
 igualmente a presença do romantismo de fim de século,
 acompanhado por um crescendo na abordagem erótica, destacando-se 
nele os sonetos «Maria das Quimeras» (de tom biográfico), 
«Hora que Passa», «Princesa Desalento» e, claro, o poema que
 lhe empresta o título, «Sóror Saudade», um epíteto criado 
por Américo Durão.



Dados CITI- Portugal


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