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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

NO HOSPITAL



À Théa

Na vasta enfermaria ela repousa
Tão branca como a orla do lençol
Gorjeia a sua voz ternos perfumes
Como no bosque à noite o rouxinol.

É delicada e triste. O seu corpito
Tem o perfume casto da verbena.
Não são mais brancas as magnólias brancas
Que a sua boca tão branca e pequena.

Ouço dizer: - Seu rosto faz sonhar!
Serão pétalas de rosa ou de luar?
Talvez a neve que chorou o inverno...

Mas vendo-a assim tão branca, penso eu:
É um astro cansado, que do céu
Veio repousar nas trevas dum inferno!


Florbela Espanca
in ‘Mensageira das Violetas’

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