O LIVRO DE MÁGOAS, a primeira obra de Florbela Espanca foi editado
em junho de 1919 por Raul Proença, intelectual e crítico literário
conceituado e influente, que reconheceu o talento da jovem poetisa
quando ela lhe enviou um caderno contendo onze poesias de Trocando
Olhares e apropriadamente chamado Primeiros Passos, em julho de 1916.
Depois de os poemas serem corrigidos pelo crítico,
Florbela escreveu-lhe, de novo, acerca das críticas que ele lhe
fizera e enviando mais alguns sonetos, que vieram integrar o Livro
de Mágoas. Como em toda a sua produção poética publicada em vida,
os sonetos aparecem alterados, por vezes, drasticamente.
No Livro de Mágoas, dedicado ao seu pai, o seu melhor amigo,
e à alma que considera irmã da sua, o seu irmão, Florbela centrou-se
na temática da mágoa, da dor e da saudade, inserindo-se, desde o
início da obra, num contexto decadentista e, por vezes, tortuoso.
À obra, que abre com uma epígrafe a Eugênio de Castro e a Verlaine,
não falta o tom finissecular, dado pela tendência para chorar e
lamentar-se que se manifestou ao longo da obra, que incluiu
sonetos como Vaidade, Neurastenia, Castelã e Em Busca do Amor.
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